Caso BPI: Isabel dos Santos reforça no BPI através do BIC


O Banco BIC, da empresária angolana Isabel dos Santos, comunicou ter comprado 2,28% do BPI.

O Banco BIC, detido na maioria pela empresária angolana Isabel dos santos, detém 2,28% do BPI, de acordo com o comunicado feito esta sexta-feira, 26 de Fevereiro, à CMVM.

A comunicação não indica quando foram adquiridas as acções, dizendo, apenas, que 0,38% desse capital detido pelo banco angolano está, na realidade, na posse de administradores seus, como Fernando Teles e Fernando Aleixo Duarte.

Na realidade, Isabel dos Santos acaba, assim, por reforçar de forma indirecta a sua posição no banco liderado por Fernando Ulrich. Isabel dos Santos tem mantido um braço de ferro com o BPI, a propósito da pretensão do banco português cindir os activos africanos, criando uma sociedade nova com esses negócios. A proposta foi a assembleia-geral de accionistas e acabou chumbada, com os votos de Isabel dos Santos. 

A operação foi a resposta do BPI às exigências do Banco Central Europeu (BCE) que determinou que o banco português tem até 31 de Março para reduzir a sua exposição a Angola. Isabel dos Santos sempre se revelou contra a cisão e propôs em alternativa comprar 10% do BFA (BAnco de Fomento de Angola) ao BPI.

Na assembleia-geral Isabel dos Santos, através da sua sociedade Santoro, votou contra, o que foi o bastante para o projecto da administração do banco ser chumbado. É que com uma limitação de a 20% do capital, Isabel dos Santos, que detém 18,6%, consegue ter o poder de bloqueio, apesar do Caixabank deter 44,4% do capital, mas só tem os tais 20% dos votos. À saída da assembleia, o representante em Portugal da empresária angolana, Mário Silva, declarou que a cisão "não é viável" e "não respeita os quadros contratuais e legais para acontecer".

Este chumbo voltou a colocar o BPI num impasse. E no meio desta batalha o BPI comunicou a intenção de voltar a chamar os accionistas para discutirem, em assembleia-geral, a desblindagem de estatutos, a qual tem a concordância do Caixabank, mas a oposição de Isabel dos Santos.

Muitos temas para serem discutidos, no breve prazo, já que as exigências do BCE estão a chegar à data limite. E no meio desta turbulência, o BAnco BIC, de direito angolano mas com presença em Portugal, comunicou uma participação qualificada no BPI. Com esta posição Isabel dos Santos fica mesmo com 20,8% directa e indirectamente do BPI. ISabel dos Santos é a principal accionista do Banco BIC - que em Portugal comprou o BPN - depois de ter adquirido a posição de 25% que Américo Amorim tinha na sociedade financeira. Ficou assim com a maioria do capital. 


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